ANGICOS – Promessas Desabrigadas : O contraste entre festas e necessidades

Em meio aos brilhantes fogos de artifício que pintam o céu noturno e às risadas que ecoam pelas ruas durante os festejos sociais de nossa cidade, há uma sombra que paira silenciosa sobre nossas consciências. Recentemente, a prefeitura desembolsou mais de 100 mil reais para trazer uma única atração para nossos eventos festivos. É difícil não se maravilhar com a grandiosidade e o esplendor desse investimento quando vivenciamos a magia desses momentos. No entanto, enquanto celebramos efusivamente, não podemos ignorar uma triste realidade que persiste diariamente entre nós.

Promessas foram feitas. Compromissos foram assumidos. Cidadãos angicanos aguardam ansiosamente por um lar digno, uma promessa simples de um teto seguro sob o qual possam abrigar suas esperanças e sonhos. Famílias inteiras, crianças inocentes e idosos fragilizados enfrentam diariamente as agruras da falta de moradia adequada. Enquanto as luzes dos holofotes brilham sobre o palco das festividades, há quem viva à margem, sem a mínima garantia de dignidade.

Não somos insensíveis à importância das festas para nossa comunidade. Compreendemos que além de celebrar, esses eventos dinamizam nossa economia local, promovem o turismo e fortalecem nosso senso de identidade coletiva. No entanto, é imperativo questionar: onde está o equilíbrio? Como podemos justificar gastos vultuosos em atrações efêmeras enquanto tantos de nossos concidadãos lutam diariamente por um lugar que possam chamar de lar?

Peço que olhemos além dos espetáculos momentâneos e nos conectemos com a realidade que muitos enfrentam. Imagine o peso no coração de uma mãe que luta para encontrar um teto seguro para seus filhos. Sinta a dor de um idoso que passou a vida contribuindo para a comunidade, agora vivendo à mercê das intempéries da rua. Essas são histórias reais, vidas reais que merecem nossa atenção e ação.

 

A verdadeira grandeza de uma comunidade não se mede apenas pela grandiosidade de suas festas, mas pela capacidade de cuidar dos seus membros mais vulneráveis. É hora de exigir responsabilidade e compromisso daqueles que foram eleitos para nos representar. É hora de priorizar recursos para construir não apenas estruturas físicas, mas lares verdadeiros onde cada indivíduo possa encontrar segurança e esperança.
Portanto, convido você, caro leitor, a refletir sobre o que realmente importa em nossa cidade. Não deixemos que o brilho das luzes nos cegue para as necessidades fundamentais de nossos concidadãos. Juntos, podemos e devemos fazer a diferença, garantindo que cada investimento seja um passo em direção a um futuro mais justo e solidário para todos.

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