Por Silvino Júnior

Ao atingir a temperatura de 0 grau Celsius, a água em estado líquido passa para o estado sólido e vira gelo. Mas com a troca de calor do ambiente, esse gelo pode se derreter facilmente. Podemos assim descrever o cenário atual que se encontra o empresário Gislan do Gelo, que foi de uma ascensão meteórica para uma declinação em segundos.

Em fevereiro de 2023, Gislan anunciou seu retorno ao grupo político do Prefeito Gustavo Soares. Passado um ano e dois meses depois, ele rompeu e comunicou sua ida para a base do ex-prefeito Ivan Júnior. Antes desse fato, o empresário trocou no prazo final da janela partidária de sigla, deixando o Partido Verde (PV) pelo Partido Liberal (PL), além das fortes especulações que surgiram em torno de conflitos internos envolvendo os próprios membros que apoiavam seu projeto político, a dificuldade de diálogo, a insegurança e indefinição em torno da sua pré-candidatura, a comunicação caricata e até acordos que supostamente não teriam sido atendidos. Fora isso, existe agora mais um problema adicional, que são as lideranças do partido que querem sua expulsão da legenda por infidelidade partidária.

Nos bastidores, se comenta que o ingresso de Gislan na oposição se deu pela falta de atenção e acolhimento do bloco governista, versão que é contestada por Victor Fernandes, um correligionário que apoiava o pré-candidato a vereador e que fez questão de relatar nas redes sociais sua insatisfação pela maneira instável e intransparente de como Gislan conduziu todo esse processo.

Gislan teria tudo pra despontar como uma nova força política em Assú, crescer mesmo meio a profunda crise de projeto político, de narrativa de mudança que existe na atual conjuntura. Mas queimou a largada, vive um percalço no período pré-eleitoral, está isolado politicamente, cometendo atitudes desastradas, sem a mesma base de apoio de antes e atravessando um desgaste de imagem diante do discurso que pregou. Infelizmente, o gelo se derreteu.