Fabielle aceita submissão política e cede ao desejo do grupo do ex-prefeito

Por Silvino Júnior

Fabielle Bezerra (PP) aceitou a condição de submissão política ao desejo do ex-prefeito Ivan Júnior ao se colocar mais uma vez como pré-candidata a vice-prefeita de Assú, decisão confirmada em anúncio oficial realizado neste sábado (27) durante entrevista na Rádio Princesa.

Com quase 44 mil seguidores no instagram, Fabielle sempre teve uma presença digital forte e atuou de maneira efetiva nos últimos anos nas ruas e nas redes para alçar voos maiores e se projetar como a principal postulante à prefeitura. Ela não conseguiu seu maior objetivo.

Um ano depois de ter comunicado seu rompimento com o Prefeito Gustavo Soares e ter se colocado como pré-candidata a prefeita, Fabielle Bezerra enfrentou dificuldades políticas ao longo do percurso, não mostrou habilidade para montar uma nominata competitiva, acompanhou as pesquisas de intenção de voto mostrar ela atrás de Vanessa Lopes, perdeu aliados, fora os problemas internos existentes dentro do próprio grupo e a relação de pouca confiança com o núcleo mais próximo de Ivan Júnior.

Ao adiar o sonho e descartar todo o esforço empenhado no objetivo de ser prefeita, Fabielle colocou em risco seu próprio futuro político ao permitir ser liderada ao invés de líder. Ela não possui nenhuma garantia de que terá a mesma visibilidade de antes, nem se Vanessa e o próprio Ivan, em um eventual governo, aceitará ouvi-la e atenderá seus feedbacks, apontamentos e respostas. Inclusive, já sinto ela mais isolada, distante e sem a mesma receptibilidade que a base abraça Vanessa.

Consultei secretários que trabalham em cada uma das 9 prefeituras do Vale do Açu, Fabielle foi a única com gabinete, equipe de funcionários e aparição constante em obras realizadas pela gestão municipal. Nenhum outro vice-prefeito da região teve até o presente momento tal estrutura e posição.

É óbvio que a participação de mais mulheres na política assuense é interessante, se torna uma questão de justiça e até de interesse público. A própria cidade avançou muito em conquistas de mecanismos para a defesa da mulher. Fabielle possui qualidades pessoais, é carismática, tem desenvoltura, mas aceitou um papel de subserviência que não desejava e está cercada por muitos do grupo que olham mais para um cálculo sobre viabilidade eleitoral que ela possa oferecer pela expressão política social que tem, do que necessariamente pela mulher empoderada que é. Do ponto de vista de capital político, suponho que ela mais perdeu do que ganhou com a decisão que tomou.

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