Por que a oposição de Assú politizou o óbito de um bebê? 

Foto/reprodução: Internet 

Por Silvino Júnior

É legítimo o papel da oposição de Assú quando fiscaliza, cobra, participa, age de forma vigilante e responsável. Porém, existem pautas, assuntos, que por muitas vezes, não cabem dentro do debate político em um determinado momento. Pode soar insensível, desrespeitoso, impedioso, principalmente quando envolve diretamente uma família que está vivendo as fases do luto e que precisa nesse período doloroso de espaço, acolhimento e uma condição de apoio.

Tenho dificuldades de entender como o óbito de um bebê na maternidade do Hospital Regional se transformou em uma espetacularização por uma parte da oposição. E a forma como virou até matéria e plantão de vereador na porta da unidade, colocando o sofrimento alheio como um critério de noticiabilidade.

Disputas eleitorais, principalmente no caso da oposição, que sinto ter dificuldades de calibrar um discurso acertivo que possa atingir a popularidade do atual gestor, envolvem muitas incertezas. Como despertar a atenção e o interesse dos eleitores em um assunto? Quem atacar, quando atacar e de que maneira atacar?

No marketing político, existem leituras de que atacar a todo custo pode provocar efeitos não previstos. O que pode ser chamado de efeito bumerangue, quando os ataques se voltam contra quem lançou. A oposição que bateu na tecla de que “não nascia filhos em Assú”, poderia explorar a abertura da maternidade como algo que atendia a uma reivindicação do grupo. E sobre o caso em questão, ouvir a direção do hospital, o setor de regulação, apurar, checar e analisar se cabia realmente uma exposição.

Mas desconsideraram totalmente os principais envolvidos e as limitações da unidade, que não é uma UTI neonatal e não pode realizar partos considerados de alto risco, para focar na dor alheia.

Não quero aqui fazer falsas simetrias e vender uma imparcialidade de mentira. Tenho minha torcida na eleição que se aproxima. Só acho que a postura de alguns acabam vendendo uma imagem de uma oposição ressentida, áspera e obsessiva. Um “caça às bruxas” e uma procura por um culpado em tudo. Passou do ponto. Não se usa morte como palanque.

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