19 - out/22

Por g1 Rio


Empresário Patrick Abrahão é preso em operação contra esquema de pirâmide que deu R$ 4 bilhões de prejuízo

Empresário Patrick Abrahão é preso em operação contra esquema de pirâmide que deu R$ 4 bilhões de prejuízo

O músico e empresário Patrick Abrahãopreso nesta quarta-feira (19) na Operação La Casa de Papel, da Polícia Federal (PF), da Receita Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM) contra um esquema de pirâmide, usa as redes sociais para chamar a atenção para seu negócio. Lá, ele exibe imagens de palestras e mentorias, além de mostrar viagens, roupas de marca e carros.

Apenas no Instagram, Patrick possui mais de 3 milhões de seguidores. Ele se apresenta como fundador da Rede PP, que colecionaria “mais de 90 mil afiliados” e mais de “100 milionários formados”. Ele também posta conteúdo da Trust Investing.

Patrick Abrahão, preso no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (19), em uma imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ TV Globo

Patrick Abrahão, preso no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (19), em uma imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ TV Globo

Ele foi preso em casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Segundo a PF, Patrick é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

No canal no Youtube do empresário, que conta com 17 mil inscritos, Patrick se descreve como alguém que trabalha no mercado financeiro desde os 12 anos. Os vídeos dão dicas sobre investimentos e mostram as mentorias que ele faz.

Patrick Abrahão com uma BMW em imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ Instagram

Patrick Abrahão com uma BMW em imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ Instagram

“É o que eu sempre falo. Pode ter um momento de alegria, nós estamos juntos, e nos momentos difíceis também a gente vai estar junto”, afirmou Patrick no último vídeo postado no canal, na terça, sobre os próximos passos da Trust.

As imagens postadas no Instagram que mostram Patrick em reuniões e em palestras estão, quase sempre, acompanhadas de mensagens motivacionais para seus seguidores que falam sobre realização de sonhos e crescimento pessoal.

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Imagem do Instagram de Patrick Abrahão, preso nesta quarta-feira (19) — Foto: Reprodução/ Instagram

Imagem do Instagram de Patrick Abrahão, preso nesta quarta-feira (19) — Foto: Reprodução/ Instagram

“A vida é feita de desafios. O que podemos fazer é superá-los!”, diz uma das legendas, de fevereiro deste ano.

As imagens mais recentes quase sempre tentam exibir o estilo de vida de um homem bem-sucedido. Em uma delas, de abril do ano passado, ele aparece saindo de uma Lamborghini diante de prédios espelhados de Dubai.

“Pensando se vale a pena trazer uma máquina dessas para o RJ”, afirma a legenda.

Em várias imagens, o empresário exibe carros, relógios, celulares e roupas de marcas de luxo internacionais, com logomarcas e nomes bem evidentes.

Patrick Abrahão em imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ Instagram

Patrick Abrahão em imagem postada no Instagram — Foto: Reprodução/ Instagram

Patrick é casado com a cantora Perlla, que também aparece em muitas imagens das redes sociais do empresário. Em junho, o casal celebrou a união e depois passou a lua de mel em Cancún, no México.

O empresário, inclusive, possui mais seguidores no Instagram que a esposa. Cerca de 2,5 milhão de pessoas seguem o perfil da cantora, enquanto os seguidores de Patrick ultrapassam 3 milhões.

Patrick Abrahão e Perlla — Foto: Reprodução

Patrick Abrahão e Perlla — Foto: Reprodução

Operação

 

Além de expedir 6 mandados de prisão e 41 de busca, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS) também determinou o bloqueio no valor de 20 milhões de dólares (R$ 105,7 milhões, no câmbio atual).

Ainda foi deferido o sequestro “de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas”.

Os mandados foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

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