Portugal registou um aumento de infeções respiratórias graves, sobretudo nos maiores de 65 anos, e excesso de mortalidade na região Norte em pessoas de 75 a 84 anos, revelam dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o Boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do INSA, na semana de 1 a 7 dezembro, registou-se uma atividade gripal epidémica com tendência crescente.
Nessa semana foram admitidos 97 casos de infeção respiratória aguda grave (SARI) nas Unidades Locais de Saúde (ULS) que reportaram dados para a vigilância SARI.
“Observou-se um aumento na taxa de incidência em comparação com as semanas anteriores, sendo que a taxa de incidência de SARI registada nesta semana atingiu 12,5 casos por 100.000 habitantes”, mantendo-se a taxa de incidência mais elevada no grupo etário com 65 ou mais anos, refere o INSA.
A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios detetou, na semana passada, 1.164 casos positivosSegundo os dados, foram reportados quatro casos de gripe pelas 18 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação, menos seis casos face à semana anterior, tendo sido identificado o vírus da gripe do tipo A não subtipado.
Dos doentes internados em UCI, um tinha 65 ou mais anos, dois tinham 55-64 anos e um entre 35-44 anos. Três tinham doença crónica subjacente e recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, um dos quais estava vacinado.
Foram também identificados outros agentes respiratórios em 328 casos, sendo os Rinovirus/Enterovirus e o vírus sincicial respiratório (RSV) os mais frequentemente detetados.
O INSA refere que a mortalidade por todas causas está com valores de acordo com o esperado em Portugal. “No entanto, foram identificados excessos de mortalidade na semana em análise em Portugal Continental, região Norte e no grupo etário entre os 75 e os 84 anos”.
Nas últimas semanas, o vírus da gripe tem sido o agente infeccioso mais comum identificado na vigilância epidemiológica.