Os participantes aprenderam não apenas a cozinhar com frutos da Caatinga, mas também a estimar o custo de produção e o valor de venda dos alimentos preparados, incentivando o empreendedorismo local
Assú (RN) – A ENGIE Brasil Energia, por meio do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, realizou quatro oficinas práticas com o tema “Plantas Alimentícias Não Convencionais – Cozinhando com frutos da Caatinga”, em parceria com a Prima Ambiental. A iniciativa, que integra o Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP), beneficiou diretamente 62 moradores de comunidades no município de Assú (RN), capacitando-os no uso de espécies nativas da Caatinga para o preparo de receitas saudáveis e sustentáveis.
As oficinas, realizadas nas comunidades Olho D’Água do Mato, Projetos de Assentamento Professor Maurício de Oliveira e Novos Pingos, e Comunidade Remanescente Quilombola Bela Vista Piató, trouxeram um novo olhar sobre a utilização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), muitas vezes subestimadas ou pouco conhecidas pela população. Ao longo das atividades, os participantes aprenderam não apenas a cozinhar com frutos da Caatinga, como o juá (Sarcomphalus joazeiro), mas também a estimar o custo de produção e o valor de venda dos alimentos preparados, incentivando o empreendedorismo local.
A facilitadora da oficina apresentou receitas práticas e inovadoras, utilizando flores comestíveis e o juá em pratos que variaram de biscoitos a pizzas e pães. A cada comunidade atendida, as oficinas se transformavam em uma oportunidade de aprendizado coletivo, em que os moradores se engajavam ativamente no preparo e compartilhamento de novas ideias culinárias. Além disso, a oficina explorou o potencial econômico dessas plantas, promovendo debates sobre a comercialização dos produtos, um ponto de destaque principalmente para as festividades regionais, como o uso do licor de juá nas festas juninas.
A oficina de “Plantas Alimentícias Não Convencionais” não só despertou o interesse pela valorização das PANCs, como também estimulou a criatividade culinária e o fortalecimento econômico das comunidades envolvidas. Em cada local, os participantes puderam degustar os alimentos produzidos, com destaque para a criação de receitas exclusivas, como o docinho de banana com juá, na Comunidade Quilombola de Bela Vista Piató, uma combinação que aproveitou os frutos disponíveis localmente.
A importância das oficinas vai além da culinária. Ao orientar os moradores a explorar de maneira sustentável os recursos da Caatinga, a ENGIE contribui para a preservação desse bioma tão singular, ao mesmo tempo em que fomenta o desenvolvimento econômico das famílias locais. A valorização de espécies como o juá, que já era utilizado em algumas comunidades para fins cosméticos, agora se expande para o campo da alimentação, criando novas possibilidades de renda e agregando valor à cultura local.
Para o diretor de implantação do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, Giuliano Pasquali, a iniciativa reflete o compromisso da ENGIE com a sustentabilidade e o fortalecimento das comunidades. “A ENGIE acredita que o desenvolvimento sustentável passa por capacitar as comunidades para que elas possam utilizar de forma consciente os recursos do seu território. Essas oficinas são um exemplo de como a valorização de plantas nativas da Caatinga, muitas vezes desconhecidas, pode gerar oportunidades de renda e ainda contribuir para a preservação do meio ambiente”, afirmou Pasquali.
“Participar desse curso, para mim, foi muito gratificante. Eu aprendi a utilizar frutos da Caatinga, como o juá, por exemplo, que até então eu pensava que só servia para fazer creme dental e sabonete. Foi na oficina que descobri que ele também pode ser utilizado para a produção de biscoito, geleia e licor. Tudo que aprendi na oficina estou compartilhando com outras pessoas da comunidade”, relatou Joana Maria, de Olho D’água do Mato.