O ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol pagou R$ 146.847,13 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cumprir decisão judicial por danos morais relacionados à apresentação em PowerPoint feita em 2016 no caso do triplex do Guarujá.
O valor foi depositado em 27 de novembro em conta judicial, de acordo com informações do portal g1, que teve acesso à documentação, e corresponde à indenização fixada inicialmente em R$ 135 mil, acrescida de juros, honorários advocatícios e multa por atraso.
A ação foi movida pela defesa de Lula ainda em 2016, sob a alegação de que Dallagnol agiu de forma abusiva ao apresentar o então ex-presidente como líder de um esquema de corrupção, o que configuraria julgamento antecipado. O pedido inicial era de R$ 1 milhão.
Após decisões favoráveis a Dallagnol em primeira e segunda instâncias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverteu o entendimento, decisão que foi mantida pelo STF em 2024. A relatora foi a ministra Cármen Lúcia.
O que diz Dallagnol
“Fui condenado por fazer o que faria de novo mil vezes se eu tivesse mil vidas: colocar na cadeia e não na presidência aqueles contra quem surgem fortes provas de corrupção. Fiz a coisa certa, não me arrependo e quem deveria ser condenado são os corruptos e aqueles que lhes garantem a impunidade suprema.
Agradeço a todos aqueles que não me deixaram sozinho e protegeram a minha família de pagar o preço de lutar por justiça num país em que os corruptos mandam. Agradeço também aos mais de 12 mil brasileiros que doaram, sem eu pedir, pequenos valores que somaram mais de meio milhão de reais. Vocês me fortalecem e inspiram a não desistir de lutar pelo nosso país.
Como me comprometi publicamente, todo o valor excedente será doado a hospitais filantrópicos que tratam crianças com câncer e com transtorno do espectro autista. Oportunamente, prestarei contas de todo valor. Dessa forma, o que nasceu como uma injustiça será transformado em um bem: a tentativa de vingança de Lula será revertida em solidariedade. Vamos juntos concretizar o que Paulo disse em sua carta aos Romanos: “Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem.”
Que a reação da sociedade a essa decisão sirva para lembrar: os brasileiros não querem viver em um país onde o promotor é condenado a indenizar o bandido. Os maus não vencerão os bons”.