É uma peça teatral escrita por Chico Buarque e Rui Guerra, capaz de instaurar uma alegoria histórica que se passa na época das invasões holandesas em Pernambuco, no século XVII. Aborda a questão da lealdade e traição, numa reflexão que ultrapassa os limites de determinadas circunstâncias, social, política e econômica, essenciais para uma convivência harmônica.

Domingos Fernandes Calabar (1600-1635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos holandeses que invadiram o Nordeste do Brasil. Calabar é tido como o maior traidor da história brasileira. Por razões que nunca serão desvendadas inteiramente, Calabar muda de lado, não se sabe se por ambição, desejo de alguma recompensa dentre os invasores, convicção de que estes seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo por supor que aqueles colonizadores trariam maiores progresso a terra, que os portugueses – O fato foi que Calabar traiu seus antigos aliados.

No contexto atual, o nosso Calabar da história contemporânea na condição de criatura, traiu o seu criador, dentre outros… O seu domínio estende-se então, aos meios de comunicação que o mantém em evidência e aos mais vulneráveis, que aderem às suas propostas enganadoras. Imagino que ele sabe qual o destino que lhe está reservado.