06 - maio/19

O trio de distribuidoras aumenta o preço até chegar às bombas de suas próprias redes – além de os postos ainda adicionarem centavos preciosos no valor final

 

Petrobras, Shell e Ipiranga dominam mais de 70% de distribuição dos combustíveis no Brasil – e a petroleira também controla 90% da fabricação, daí definir preços que saem da refinaria e impactam nos postos. O trio de distribuidoras aumenta o preço até chegar às bombas de suas próprias redes – além de os postos ainda adicionarem centavos preciosos no valor final. Cedendo ao lobby das três grandes, a Agência Nacional de Petróleo tem culpa na praça. Artigo 11 da Portaria 116 da ANP de Junho de 2000 vetou a comercialização de produtos de diferentes varejistas nas bombas. Até 1998, os postos podiam comprar de várias distribuidoras, a que fizesse melhor preço. Agora, o poderoso trio controla o mercado e o preço. Aos holofotes, as empresas silenciam sobre o assunto.

Poder da bomba

Em 2017 a Shell, Ipiranga e Petrobras venderam quase 100 bilhões de litros de combustíveis em seus 25 mil postos no País.

Tudo em casa

O negócio é tão lucrativo que as empresas se confundem. A Ipiranga é propriedade do consórcio Petrobras, Ultra e Braskem – a petroquímica dos Odebrecht.

Do seu bolso

Só a Petrobras, Shell e Ipiranga faturaram ano passado perto de R$ 172 bilhões com venda de combustíveis. O lucro líquido das três juntas ultrapassou R$ 7,4 bilhões.