Prof Francisco: A chacina em Itajá, e a falsa piedade moralista da sociedade dos intolerantes e pervidos

Acordamos nesta manhã de quarta 15 de julho sobre muito sangue e dor. Mulheres anônimas, sem nome, sem história, caladas pela brutalidade da violência promovida pelas drogas, mas também pela indiferença. Quem eram? E suas histórias de vidas? Alguém se habilitou a conhecer? Não! Somente a curiosidade interiorana e do senso comum se fez interessar, poucos refletiram sobre este fim trágico e sangrento de 5 mulheres, sobretudo, pobres, negras, excluídas e prostituídas…e aparentemente sem história para contar!

Causa asco, repulsa e até indignação, o quanto desumanos e insensíveis somos. Sim, o quanto todos nós somos! A falsa piedade piega e religiosa do Ah! Meu Deus acaba apenas na interjeição, nada muda e tão pouco resolvem as mazelas produzidas por nossa sociedade que somente quer saber dos fatos, das fotos expostas dos corpos das vítimas, das conversas de esquina supondo as piores e mirabolantes desculpas que podem atribuir a esta chacina.

Essas mulheres anônimas para nós têm nome, histórias, e que histórias de vida mais cruéis que lhes impuseram a existência, a sociedade, a exclusão e sobretudo a pobreza em que viviam submergidas. Corpos ensanguentados, inertes, indefesos e atacados impiedosamente pelos algozes da morte, do mercado das drogas, da plena desgraça do submundo do mais atual dos infernos que é possível de se adentrar.

A sociedade dos “piedosos”, é também dos intolerantes, dos pervidos, dos que se sentem melhores e em condições que consideram confortantes. A própria notícia da chacina já trazia em seu bojo o tom do preconceito nefasto “NO CABARÉ DO SAPATÃO”. Como nós somos capazes de rotular e menosprezar o outro, apenas porque vive e é “diferente” de nós. Será se para Deus também somos assim “diferentes”, desprezíveis, meio que demônios da noite? Poupem-nos os ais, os oh!, tenhamos a capacidade de diante de tal quadro de violência e extrema pobreza que envolve o fato, fazermos uma reflexão possível de quanto excludente e segredadora é a sociedade que vivemos.

As cinco mulheres tinham nomes e histórias de vida! Na contramão de tudo, talvez somente agora depois de mortas brutalmente elas possam “viver e estarem definitivamente acolhidas e amadas pelo amor verdadeiro, a casa mais hospitaleira e tenham a alegria que não tem fim”, ao lado do Deus amor, infinitamente amor, Pai de todos, misericordioso!

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11742717_1610085819265990_1230462261003474563_nMaria da Conceição Pedrosa, 21 anos, natural da cidade de Assu

Cássia Rayane Santiago Silva, 17 anos, natural da cidade de Assu

Patrícia Regina Nunes, 37 anos, natural da cidade de Natal

Antônia Francisca Bezerra Vicente, 32 anos, natural da cidade de Upanema

Maria Daiane Batista, 20 anos, natural da cidade de Assu.

 

 

 

 

 

 

Fonte: carnaubaisemfoco.blogspot.com.br

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