18 - dez/25

A Trump Media & Technology Group, empresa de mídia social ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 18, um acordo para se fundir integralmente, em ações, com a TAE Technologies, companhia especializada em energia de fusão nuclear. Avaliada em mais de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões), a operação representa uma mudança radical de rumo para o grupo controlador da rede social Truth Social, que passa a mirar um dos setores mais ambiciosos e ainda experimentais da indústria energética.

A fusão transformaria a Trump Media em uma das primeiras empresas de fusão nuclear do mundo com capital aberto, segundo comunicado das companhias. O anúncio impulsionou as ações do grupo, que subiram mais de 20% na abertura do mercado desta quinta-feira, após acumularem queda de cerca de 69% no ano. Apesar da reação positiva, a empresa vinha operando no vermelho e registrou apenas US$ 2,7 milhões em receita nos primeiros nove meses do ano, majoritariamente com publicidade.Donald Trump é o maior acionista da Trump Media, com uma participação hoje avaliada em mais de US$ 1 bilhão — valor que já chegou a superar US$ 4 bilhões. As ações estão alocadas em um fundo administrado por seu filho mais velho, Donald Trump Jr., que também integra o conselho da companhia. O presidente não comentou publicamente o acordo, anunciado por meio de nota oficial.

Segundo as empresas, a nova estrutura terá como objetivo construir a primeira “usina de fusão nuclear em escala comercial” já em 2026, além de desenvolver projetos adicionais nos anos seguintes. A aposta ocorre em um momento em que grandes empresas de tecnologia avaliam a fusão nuclear como alternativa limpa e contínua de energia para atender à crescente demanda de centros de dados voltados à inteligência artificial.

“A energia de fusão será o avanço energético mais impactante desde o início da energia nuclear comercial na década de 1950”, afirmou Devin Nunes, CEO da Trump Media, durante uma breve teleconferência com investidores, na qual não houve espaço para perguntas. Segundo ele, o projeto está alinhado aos princípios “America First” e pode garantir aos Estados Unidos vantagem estratégica na corrida tecnológica.

A fusão ainda depende da aprovação dos acionistas da Trump Media e não está claro se exigirá autorizações regulatórias adicionais além da Comissão de Valores Mobiliários (SEC). Se concretizada, colocará o grupo ligado a Trump em um setor disputado por startups e gigantes da tecnologia, em meio ao debate sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho e no consumo global de energia.

A fusão nuclear é vista por cientistas como uma fonte potencial de energia limpa, abundante e sem resíduos radioativos de longa duração. Apesar de avanços recentes em laboratório, a tecnologia ainda enfrenta enormes desafios técnicos e financeiros para se tornar viável em escala comercial. Mesmo assim, empresas como a TAE — fundada em 1998 e que já arrecadou mais de US$ 1,3 bilhão, com apoio de grupos como Google e Chevron — afirmam estar próximas de alcançar esse objetivo, em um cenário de competição crescente com iniciativas nos Estados Unidos, na Europa e na China.

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