Condenado já a mais de 200 anos de prisão, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, resolveu falar.
“Em nome da minha mulher e da minha família”.
E hoje voltou a depor ao Ministério Público Federal e ao juiz Marcelo Bretas.
O tema de hoje são os desvios de dinheiro na Secretaria Estadual de Saúde.
Cabral tem pedido para falar dizendo que precisa ficar bem com ele mesmo, e em dois depoimentos seguidos nos últimos dias, disse que já se sente aliviado.
Cabral confirmou esquema de propina na Saúde onde ele recebia 3% de todos os contratos e o secretário Sérgio Cortez recebia 2%.
Cabral disse que essa propina na Saúde já chegou a 10% mas o fato de ter caído pela metade não era porque ele era “bonzinho”.
Sérgio Cabral disse que seu grande erro foi “o apego ao dinheiro”, dizendo que “isso é um vício”…
Cabral citou como peças chaves os empresários Arthur Soares – o Rei Arthur – e Miguel Schin.
Confirmou que recebeu sim, dinheiro dos irmãos Chebar.
Antes ele negava envolvimento com os irmãos doleiros.
Cabral disse que seu ex-chefe da Casa Civil, Regis Fichner, sempre recebeu propina.
E que o ex-governador Pezão recebia desde quando era secretário de Obras do Rio de Janeiro.
Ele disse, inclusive, que a reeleição de Pezão, que custou oficialmente 170 milhões de reais, com dinheiro de propina custou mesmo 400 milhões.
Durante o depoimento Sérgio Cabral relatou que na cadeia combinou com outros presos as versões fantasiosas que eles falariam nos depoimentos.
Disse que Eduardo Paes não recebia propina, mas ele próprio, Sérgio Cabral, cuidou do Caixa2 para garantir sua campanha para prefeito do Rio.
Outro inocentado por Cabral: Joaquim Levy, que foi secretário de Fazenda.
O ex-governador declarou que Levy nunca lhe deu abertura para falar de propina, e quando não havia essa abertura, não havia esquema.