Das 842 vagas do programa Mais Médicos antes ocupadas por cubanos e que não tiveram inscritos nos dois editais voltados para brasileiros, 85% estão em cidades do Norte e do Nordeste e 51% se concentram em dois Estados: Amazonas e Pará.
Os números, tabulados pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados do Ministério da Saúde, mostram ainda que um em cada quatro postos sem inscritos está em distrito sanitário indígena. Elas estão espalhadas nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nenhuma vaga no Sudeste ficou sem interessado. Já na região Sul, somente 62 vagas no Rio Grande do Sul não tiveram inscritos.
Morador de Paragominas, no sudeste do Pará, Estado com o maior número de vagas sem inscritos (240), o agricultor Josemar Alves, de 36 anos, tem sofrido ao buscar atendimento para a filha Juliana, de 5. Portadora de asma, ela apresenta constantes crises e precisa de atendimento médico para fazer inalação, uma vez que não tem aparelho em casa. Distante 300 quilômetros da capital, Paragominas é um dos municípios que ainda aguardam profissionais aderirem ao programa.
“Nos postos de saúde até encontramos médicos, mas quando um falta no plantão, não tem ninguém para ocupar a vaga. É quando sentimos a maior necessidade deles”, conta Alves.
Segundo o coordenador da Atenção Primária de Saúde do município, Roberto Gomes, a saída dos cubanos do Brasil representa uma perda a ser corrigida apenas quando os novos profissionais ocuparem as vagas. “Contamos que os médicos venham e fiquem no município. Eles fazem parte do nosso planejamento da atenção básica e a população conta com isso”, reforça. Das 11 vagas do programa abertas na cidade, três ainda não foram preenchidas pelos novos editais.
Em Breves, na região do Marajó (PA), ainda faltam sete profissionais para ocuparem as vagas. A cidade fica distante 226 quilômetros de Belém, com acesso apenas de barco ou avião de pequeno porte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo