Imagem: Reprodução de vídeo via AFP
O governo brasileiro propõe a realização de uma conferência diplomática que possa abrir espaço para uma negociação de um acordo de paz entre israelenses e palestinos.
A sugestão foi apresentada pelo embaixador Celso Amorim, assessor especial da presidência, em um discurso em Paris. Ele participa da reunião convocada pelo governo da França para garantir ajuda humanitária aos palestinos.
Em seu discurso, Amorim destacou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que “inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra”.
Mas, pela primeira vez, ele usa a palavra “genocídio” de forma aberta num evento internacional. Lula já havia recorrido ao termo numa declaração no Brasil. Mas o governo estava evitando citar o termo em debates no Conselho de Segurança da ONU e em outras reuniões, como forma de garantir que pudesse atuar como mediador até mesmo de uma proposta de pausa humanitária.
Agora, Amorim faz a alusão num momento em que a crise ganha uma dimensão inédita e que soma mais de 10 mil mortos.
Na ONU, o debate sobre o termo tem causado polêmica. Oficialmente, a entidade ainda cita apenas “crimes de guerra”. Mas, há dez dias, um alto funcionário das Nações Unidas publicou uma carta ao se aposentar, alertando que a entidade estava se dobrando diante da pressão de americanos. Segundo ele, o que ocorre em Gaza é de fato um “genocídio”.
Em sua fala, Amorim voltou a condenar os ataques contra Israel. “Reitero a condenação do Brasil aos ataques terroristas contra o povo israelense e a tomada de reféns”, disse.
Mas alertou que isso não justifica o que está ocorrendo em Gaza. “Tais atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada contra civis”, disse.
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