Pode ser questionável o argumento exposto pela administração municipal em Assú de que as cerca de 350 exonerações patrocinadas pelo prefeito Ivan Júnior (PROS) aconteceram a pretexto de conter custos, a fim de garantir saldo financeiro para honrar os compromissos financeiros da gestão.
O que torna esta tese discutível é um importante dado que tem sido exposto na imprensa local pelo ex-secretário municipal de Administração e Recursos Humanos, Clebson Corsino, que, na condição de cidadão e com a experiência acumulada na função durante vários anos, conhece plenamente do ofício e tem como rotina acompanhar, diária e sistematicamente, a evolução da receita pública do município.
Clebson revelou que, com base em indicadores oficiais, a prefeitura municipal do Assú vem experimentando em 2015 uma arrecadação média mensal de aproximadamente R$ 7 milhões.
Segundo ele, esta quantia equipara-se em praticamente 100% aos números de idêntico desempenho verificado no exercício de 2014: R$ 7,060 milhões.
Registre-se ainda que as forças de oposição em Assú têm indagado se alguém conhece algum empreendimento gerado pelo governo atual no qual tenham sido injetados exclusivamente recursos próprios da municipalidade.
Sendo assim, com uma captação econômica praticamente semelhante, e sem que tenha havido necessidade de demissões no ano passado – recordando que foi um ano de eleições estaduais –, qualquer circunstante pode chegar à conclusão de que, sobrepondo-se à recorrente queixa de diminuição de recursos, a atitude do gestor pode na realidade ter tido um forte componente político.
Como quem, por exemplo, deseja enviar um recado direto e inflexível a eventuais aliados “rebeldes”, que porventura já estejam pondo em dúvida sua liderança na condução do processo político-administrativo em 2016.
Fonte: Lúcio Flavio