Terreno de várzea comprado com dinheiro da prefeitura fica em uma cidade de 12 mil habitantes
Em sua participação no programa de rádio da prefeitura, e que foi notícia em outros veículos de comunicação, o presidente do diretório municipal do PT defendeu o prefeito de Alto do Rodrigues ter comprado com dinheiro da prefeitura um hectare de terra – que foi avaliado pelo INCRA como valendo pelo preço de mercado R$ 6.227,00 – pelo valor de 700 mil reais (acrescido de juros e outras correções o valor da compra chegaria a cerca de 1 milhão de reais).
E mais: o senhor Wilson Cunha, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) do município, ainda disse que o terreno que o prefeito Abelardo Filho comprou a ele mesmo com o dinheiro da prefeitura foi valorizado em 100 vezes acima do valor e que o prefeito Abelardo Filho estaria recebendo um presente. Ainda na sua fala, o presidente do PT municipal diz que não vê problema nenhum para o município porque quem está recebendo o dinheiro não é o prefeito Abelardo Filho (do DEM), mas a pessoa de Abelardo.
O senhor Wilson Cunha, no entanto, atual secretário de Obras da prefeitura, não falou sobre o fato de o juiz da Comarca de Pendências ter determinado, quando o prefeito Abelardo Filho ganhou as eleições em 2012, que o terreno não fosse mais desapropriado para evitar que aumentasse o preço do terreno, causando, assim, “dano de difícil reparação aos cofres municipais”.
Quando assumiu a prefeitura a partir de 2013, o Prefeito Abelardo Filho entrou na justiça não só pedindo a desapropriação do seu terreno, mas pedindo também que o valor a ser pago pela prefeitura por um hectare de sua terra não fosse mais de R$ 6. 227,00, conforme o preço de mercado e que foi avaliado pelo INCRA, mas pelo valor de 700 mil reais o hectare acrescido de juros e outras correções.
Com os juros e outras correções o valor do terreno, que fica afastado do centro e em um setor de várzea, ‘pularia’ de 700 mil para cerca de um milhão de reais!
A compra de seu próprio terreno pelo prefeito com recursos da prefeitura foi denunciada a Procuradoria Geral de Justiça do RN.