A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte foi instalada em 2 de fevereiro de 1835. O primeiro Presidente da Casa foi o Padre Francisco de Brito Guerra. Coube ao prelado a missão para instalar e presidir o Legislativo, numa época de crise política e institucional que tomou conta do Brasil nos primeiros anos após a Independência.
Francisco de Brito Guerra nasceu na fazenda Jatobá, situada no atual município de Campo Grande, no Oeste do Rio Grande do Norte, dia 18 de abril de 1777. Filho de Manuel da Anunciação Lira e de Ana Filgueira de Jesus, fez as primeiras letras com o padre Luís Pimenta de Santana, em Assu. Em Pernambuco, ordenou-se padre. Em 1802, foi pároco de Caicó, onde morou em um sobrado com a mãe e irmãs e funcionava também a Escola de Latim, tendo em vista a sua fluência na língua.
Figura expressiva na política provincial e imperial, Brito Guerra teve sua primeira legislatura como deputado-geral entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837. Foi projeto seu a Lei de 25 de outubro de 1831, que delimitava o território do Seridó, fazendo-o definitivamente pertencer ao Rio Grande do Norte, acabando com a polêmica com a Paraíba, que reivindicava essa porção espacial para si.
O padre senador Francisco de Brito Guerra, como era conhecido, tinha uma personalidade conciliadora e generosa. Faleceu no Rio de Janeiro a 26 de fevereiro de 1845 provocada por uma congestão cerebral. Ficou conhecido pelo seu carisma, desejo de desenvolvimento e principalmente por respeitar o próximo.
Uma das suas frases mais conhecidas e lembradas até hoje reflete a realidade do sertanejo: “Esta região somente será feliz no dia em que as águas dos seus rios não chegarem aos oceanos”. Esta frase fez com que fossem construídos na época vários açudes para o represamento da água. Hoje, na casa onde morou o padre Francisco Brito Guerra, funciona a Casa de Cultura.
ALRN